Danilo R. Vieira | Oceanógrafo
Aqui estão algumas das coisas que eu aprendi, descobri ou fiz (por obrigação ou por diversão). Espero que encontre algo que seja útil para você.
Técnica de análise estratigráfica desenvolvida em função do surgimento da sísmica digital multicanal, o que acarretou melhoria significativa nas seções sísmicas.
Com o incremento da sísmica digital, as seções sísmicas tornaram-se, dentro de algumas limitações, verdadeiras seções geológicas.
Objetiva a interpretação geológica a partir das reflexões sísmicas do maior número possível de características de uma área ou bacia sedimentar.
Correlação cronoestratigráfica, definição de unidades genéticas, ambientes deposicionais das unidades genéticas, paleobatimetria, história de soterramento, relevo topográfico em superfícies de discordância, paleogeografia, etc
Enfoca os pacotes sedimentares como unidades genéticas dinâmicas no tempo e no espaço.
Instrumento da sismoestratigrafia: seções sísmicas principalmente. Reflexões interpretadas em conjunto com informações dos perfis elétricos e demais informações de poços (litologia e informações micropaleontológicas).
Seções sísmicas – compostas por reflexões sísmicas. Respostas das camadas terrestres às ondas acústicas.
Reflexão sísmica – gerada por uma superfície ao longo da qual há contraste de impedância acústica
IA = Dens. da rocha X Vel. de propagação da onda sonora
Uma reflexão sísmica representa em média um pacote sedimentar de 50m de espessura. Muita informação geológica pode estar contida numa reflexão
Limites interestratais - superfícies síncronas que separam estratos depositados concordantemente. Podem representar ou não limites litoestratigráficos.
Limites de unidades bio e cronoestratigráficas.
Discordâncias – superfícies diácronas que separam estratos mais novos de estratos mais antigos.
Contatos paraestratigráficos: óleo – água, Intrusões, Zonas de alteração diagenática, Variações de fácies.
Ruídos e distorções – interferem nas reflexões mascarando-as. Devem ser eliminados ou atenuados.
Apesar de seu imenso potencial, pode-se dizer que a sísmica é “míope”, já que as seções não apresentam 100% de resolução. É imprescindível, portanto, a utilização de todas as informações de outras ferramentas exploratórias em uma interpretação sísmica.
A sísmica de reflexão é uma ferramenta imprescindível nas interpretações sedimentares de subsuperfície. Contudo, deve-se também levar em conta as informações provenientes de outras ferramentas geológicas parta evitar que enganos sejam cometidos.
Unidade estratigráfica composta por uma sucessão de estratos relativamente concordantes, limitados no topo e na base por discordâncias ou concordâncias relativas.
Limite das sequências - visualizados a partir do comportamento das reflexões sísmicas. Visualizados a partir do encontro (contato) das reflexões sísmicas.
Onlap – estratos inicialmente horizontais que terminam contra uma superfície inclinada. Estratos inicialmente inclinados que terminam contra uma superfície de maior inclinação.
Downlap – estratos inclinado que terminam, mergulho abaixo, sobre superfície horizontal ou menos inclinada.
TOPLAP - Terminação de estratos contra uma superfície sobreposta como resultado de não-deposição (bypass deposicional) ou pequena erosão (Mitchum et al., 1977). Em geral associada a alto influxo de sedimentos.
Truncamento erosivo – Tem que ter caráter regional para que seja visto como um limite de sequência.
O truncamento erosivo não deve ser confundido com truncamento estrutural (falhamentos, diápiros, intrusões, etc.).
Também não deve ser confundido com Toplap.
Subsidência – cria espaço onde os sedimentos serão depositados.
Causas – resfriamento térmico da placa tectônica, sobrecarga sedimentar.
Eustasia – Cria ou reduz espaço. Fator mais importante para os idealizadores da sismoestratigrafia (Peter Vail e colaboradores).
Eustasia - posição do nível do mar em relação a um datum fixo (o centro da Terra, por exemplo).
A eustasia independe do tectonismo local.
Eustasia + sub- sidência cria espaço para a sedimentação e produz as variações relativas do nível do mar.
Posição relativa do nível do mar – em relação ao fundo da bacia.
Aporte Sedimentar (volume de sedimento)
Controla a batimetria e define o estilo de preenchimento da bacia:
Progradacional, retrogradacional e agradacional.
A tectônica, a eustasia e o aporte sedimentar também interferem na dimensão das sequências, na sua deposição e na distribuição das litofácies.
Eustasia é o fator principal fator controlador do desenvolvimento das sequências e é síncrono globalmente.
Curva de Vail
Curva de Variações Eustáticas ao longo do tempo geológico.
Sequência deposicional – desenvolvida durante um ciclo completo de variação relativa do nível do mar. Mar alto, rebaixamento e elevação.
O rebaixamento do nível do mar provoca erosões.
Há o desenvolvimento de superfícies de truncamento erosivo, o que indica a base da sequência deposicional (seu limite inferior). O onlap costeiro migra para o interior da bacia.
Na subida subsequente há a criação de espaço e o onlap costeiro migra para o interior do continente.
Onlap costeiro – conjunto de sedimentos litorâneos e/ou transicionais.
Nível do mar constante – não há a migração do onlap costeiro.
Durante o rebaixamento, há a diminuição de espaço e o onlap costeiro migra para a bacia.
Espaço criado + influxo de sedimentos = estilo de preenchimento
Agradacional, progradacional e retrogradacional.
Sequência deposicional – composta por uma sucessão de tratos de sistema desenvolvidos em um segmento da curva eustática.
Trato de sistema – conjunto de sistemas deposicionais – associações tridimensionais de litofácies.
Sequência deposicional – formada por três tratos de sistema, principalmente.
Trato de Sistemas de Mar Baixo – TSMB
Trato de Sistemas Transgressivo – TST
Trato de Sistemas de Mar Alto – TSMA
Cada trato é definido por sua posição no interior da sequência, padrão de empilhamento e fácies sísmica.
Desenvolvimento de uma Sequência deposicional e seus respectivos tratos durante uma oscilação completa do nível do mar.
O aporte sedimentar é constante ao longo de toda a oscilação.
Trato de mar baixo
Inicia-se com o rebaixamento relativo do nível do mar.
Exposição da plataforma à erosão subaérea.
Formação de solos , dolomitização
Rejuvenescimento dos vales dos rios – formação de vales incisos e canyons submarinos.
Deslocamento do onlap costeiro para o mar.
Trato de mar baixo – composto por:
Leque de assoalho de bacia, Leque de talude (mais fino), canais
Cunha de mar baixo – início da subida do nível do mar (sedimentação flúvio-deltaica)
Formação de canyons
Trato de mar baixo finda com 1a superfície de inundação.
Vales incisos
Leque de assoalho de bacia
Formação de canyons submarinos
Canyons submarinos
Quando a taxa de rebaixamento diminui, tem-se a formação de leques de talude que preenchem os canyons.
Leques de talude no interior dos canyons
Cunha de mar baixo - início da subida do nível do mar
Trato transgressivo - O nível do mar continua subind
É um trato intermediário entre o trato de mar baixo e o trato de mar alto.
Sedimentação retrogradacional
Finda com a superfície de inundação máxima (SIM) que é uma seção condensada
SIM – camada fina composta por sedimentos pelágicos
Hiato não deposicional. Pode haver concentração de matéria orgânica, formação de vasa.
SIM – bons marcos para correlação
É uma superfície de downlap.
O trato de sistemas transgressivo
O trato de sistemas transgressivo
Final da subida relativa do nível do mar.
Pacotes progradacionais, agradacionais que “onlapam” em direção ao continente e “downlapam” sobre a SIM.